Tia Ciata: A Grande Mãe do Samba e a Herança Musical do Brasil

O livro Tia Ciata, a grande mãe do samba, lançado pela Editora Nova Fronteira, desvenda a herança musical do Brasil ao contar a jornada da famosa mãe de santo, reconhecida por ser uma das figuras mais influentes no surgimento do samba carioca. Escrita pelo compositor e pesquisador Nei Lopes e ilustrada pelo artista Rui Oliveira, a história é narrada pela perspectiva da personagem fictícia Boneca, que conversa com Nei ao longo das páginas.

Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, nasceu na Bahia, na segunda metade do século XIX, e passou a maior parte da vida no Rio de Janeiro, especificamente na região conhecida como Pequena África, localizada no perímetro da Praça Onze. Tia Ciata destacou-se como líder em sua comunidade, exercendo diversos papéis. Foi doceira, costureira, curandeira e sempre evidenciou afinidade com a música e a religião.

A casa de Tia Ciata na Praça Onze, onde os sambistas se reuniam, foi o berço do primeiro samba gravado em disco. Ela se tornou a grande dama das comunidades negras no Brasil pós-abolição e uma das principais incentivadoras do samba, mesmo quando a prática ainda era proibida por lei. Sua influência transcendeu o papel de mãe de santo, e sua residência se tornou um ponto de encontro para músicos, artistas e intelectuais, marcando a história da música popular brasileira.

No formato de livro álbum, com imagens que remetem ao início do século XX, as ilustrações de Rui de Oliveira destacam-se, trazendo à vida a trajetória dessa mulher extraordinária. Tia Ciata, com sua culinária exímia e círculos sociais impulsionados por efusivas expressões musicais, deixou um legado que ecoa até os dias atuais. Ela é uma das vozes que ressoam na rica tapeçaria da cultura brasileira, e este livro nos permite conhecer mais profundamente essa figura icônica e sua contribuição para o samba e a identidade afro-brasileira.

A história de Tia Ciata é uma celebração da resistência, da música e da ancestralidade. Ela nos ensina que, mesmo diante das adversidades, é possível criar espaços de expressão e transformação, deixando uma marca indelével na história cultural do Brasil.

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